As pastilhas fabricadas com a casca do fruto são ecologicamente corretas e dão um toque diferenciado aos projetos
Dispensadas pela indústria de alimentos, as casas de coco são muito bem-vindas na arquitetura. A partir delas, são fabricadas pastilhas naturais que têm forte apelo estético e já caíram no gosto dos decoradores e arquitetos. Artesanais, ainda são ecologicamente corretas, pois a matéria-prima é natural, o que resulta em baixo impacto ambiental. “Os revestimentos são produzidos a partir da casca dura do coco e apresentam diferentes acabamentos. É um processo artesanal de escala industrial”, explica Rossana Rech, diretora administrativa da Coconut Art, empresa do Rio Grande do Sul, que produz e distribui seus produtos por todo o Brasil.
Cores e acabamentos
As tonalidades das pastilhas dependem do coco utilizado. As empresas confeccionam o revestimento a partir da parte interna ou externa da casca – cada uma proporciona um efeito diferenciado. As provenientes da casca exterior são mais escuras e convexas; já as retiradas da parte interna apresentam tonalidade clara e são côncavas. “Além disso, a cor pode variar de acordo com as regiões de onde são extraídos os cocos e a idade deles. Os mais novos, por exemplo, apresentam tonalidades mais claras”, explica Rossana.
As empresas oferecem acabamentos diversos. Para quem prefere manter a textura natural da matéria-prima, há pastilhas rústicas e trançadas (fibras entrelaçadas). Há ainda a opção pelas peças polidas, ideais para compor superfícies que precisam ser lisas, como pisos e bancadas.
As medidas
As pastilhas vêm teladas, ou seja, presas a uma tela que será assentada sobre a superfície desejada. Uma placa de 20 x 20 cm, por exemplo, possui 100 peças de 2 x 2 cm.
A Ekobe, também fabricante de pastilhas de coco e exportadora do produto para 11 países, patenteou uma máquina específica que faz o corte, lixa, monta e testa as pastilhas. A empresa trabalha com 13 diferentes acabamentos, com tamanhos de 42 x 42 cm e 42 x 84 cm e espessuras que variam de 5 a 7 mm.
A Coconut oferece medidas de 20 x 20 cm, 20 x 40 cm e 10 x 10 cm, e os acabamentos rústico, natural, polido, rústico com verniz, ondulado e trançado. A empresa afirma que não utiliza pintura para não descaracterizar a fibra e a textura originais da casca.
A empresa gaúcha Amazonika, também fabricante de pastilhas naturais distribuídas pelo Brasil e exportadora, tem quatro linhas feitas com a casca do coco – além das placas, confecciona faixas e tozetos (semelhantes a tacos). São todos telados, e em diversos tamanhos, como 20 x 20 cm, 5 x 30 cm, 8 x 30 cm e 10 x 10 cm.
A arquiteta Caroline Bollmann aposta que o revestimento veio para ficar. “Ele deve se manter no mercado independentemente de época, das tendências ou modismos, uma vez que é um produto natural e ecologicamente correto.”
Em qualquer ambiente
Versáteis e resistentes por natureza, as pastilhas podem ser aplicadas em qualquer cômodo da casa, em pisos e paredes; porém, quando instaladas próximas a áreas molhadas, devem receber tratamento adequado. “Indicamos o uso de hidrorrepelentes e verniz de poliuretano para proteger o revestimento. Se as pastilhas forem instaladas no piso, além deste tratamento, recomendamos o uso de envernizados especiais para pisos”, orienta a diretora administrativa da Coconut Art. Se estiverem expostas diretamente ao sol ou à água, as empresas recomendam a aplicação frequente de verniz marítimo.
E não é preciso que o projeto inteiro seja rústico para receber esse acabamento. “Apesar de natural, ele confere aos ambientes um toque sofisticado”, defende a arquiteta Lucia Helena Bellini.
Como aplicar
As empresas fabricantes disponibilizam equipes de instalação, mas é possível contratar os serviços de profissionais especializados – a loja Studio Center, por exemplo, faz a aplicação.
As placas devem estar limpas e secas, e precisam ficar fora das embalagens durante 48 horas antes da aplicação, na posição horizontal, por causa da temperatura das peças, que pode interferir no resultado. O assentamento é feito com cola branca especial – de contato para paredes e marcenaria, e colataco para o piso (facilmente encontradas em lojas de material de construção).
A instalação é com junta seca, ou seja, sem rejunte. “As placas são colocadas lado a lado. No final, a impressão é a de que não há emendas e que a parede é uniforme”, explica Lucia Helena. A junção das placas é feita com cola branca para madeira e é importante limpar os excessos imediatamente após a aplicação. A secagem completa leva 24 horas. Os modelos polidos ainda podem receber aplicação de cera de carnaúba ou cera líquida.
Sempre belas
A limpeza é simples e deve ser feita com pano úmido e sabão neutro, ou de coco. Segundo a Amazonika, a manutenção do brilho e da cor é feita com cera de carnaúba ou vernizes aplicados frequentemente.
Preços
Os valores variam de acordo com a região. Os produtos da Ekobe chegam ao consumidor final com preço médio de R$ 300 o m². Na Coconut Art, o valor varia entre R$ 250 e R$ 350 o m², enquanto a Amazonika comercializa seus produtos com valores a partir de R$ 50 (faixas e tozetos). Estes valores não incluem os serviços de aplicação e podem ser encontrados nas grandes capitais.
Fonte: http://revistacasaeconstrucao.uol.com.br