A região nordeste do Brasil, ainda é a maior produtora de coco no país, sendo responsável por 70% da produção. No entanto, no Cerrado os coqueirais já ocupam 4 mil hectares e em Mato Grosso, apesar da queda registrada nos últimos anos, a produção vive uma fase de expansão. Atualmente a atividade ocupa uma área de aproximadamente 2 mil hectares. Há dez anos, os coqueirais chegaram a ocupar quase 5 mil hectares no estado.
Ao longo dos últimos anos, foi registrado um grande deslocamento das áreas tradicionais do cultivo. Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Produtores de Coco no Brasil (Sindicoco), Francisco Coco, o consumo da fruta no país cresce entre 10 a 15% ao ano. “O que está havendo é que estamos entrando num naturalismo”, explicou o presidente. Para ele, isso é resultado do despertar do brasileiro para o consumo de produtos cada vez mais saudáveis.
Mato Grosso está entre os estados que estão descobrindo as vantagens da produção da fruta, cultivada entre fevereiro e outubro no Estado. Dados da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) mostram que, no Estado, cerca de 1,6 mil a 2 mil hectares são destinados ao cultivo de 21 milhões de cocos. O que é produzido no estado atende apenas 10% do mercado e o restante vem de fora, principalmente do nordeste.
No país, são produzidos atualmente 1,5 bilhão de coco verde anão, que é destinado exclusivamente à produção de água de coco.
Mesmo com a produção em expansão, o produtor encontra dificuldades. O estado não dispõe de mudas da planta. Os exemplares utilizados vêm, na maioria das vezes, do nordeste do país. De acordo com o engenheiro agrônomo da Empaer, Antonimar Marinho dos Santos, tanto a muda utilizada quanto a adubação têm ter qualidade.
Em Rondonópolis, na região Sul de Mato Grosso, a família Vilela, a 30 quilômetros do município, investe na cultura há 20 anos. São 15 mil coqueiros plantados, sendo que 12 mil já estão em produção. O sucesso do negócio deu tão certo que montaram uma pequena indústria para engarrafar a água de coco. O problema é que para abastecer o mercado, o coco produzido na fazenda não é suficiente e têm que comprar o fruto do Nordeste do país. Por isso, a indústria só opera com 20% da capacidade de processamento.